Recebo um email. Alguém, cujo nome não reconheço de imediato, pergunta se sou seu amigo de infância ou outra pessoa qualquer com o mesmo nome. (Afinal o meu nome nada tem de invulgar.) A mensagem continha alguns fragmentos do passado, onde me reconheço.
Como muitos portugueses, nasci e vivi nas ex-colónias. Nos tempos conturbados do pós-25 de Abril fomos para o Brasil, regressando a Portugal na década de 80. Acho que cresci sabendo que parte da minha infância estava truncada: amigos perdidos, terras distantes, 3 países, 2 continentes. Lembro-me de algumas coisas dessa altura mas é como se só a partir dos 10 anos o passado tivesse existência real. Um passado que não pode ser revisitado faz com que a memória possa ser apenas imaginação.
Respondo ao email: sou eu! Mando-lhe uma das poucas fotos que tenho dessa época: a formatura da pré-primária.
Nas mensagens seguintes recebo fotos actuais dos locais da minha infância: a escola, o conservatório, a catequese… Está tudo na mesma, volvidos 30 anos. De repente sinto que existi antes dos 10 anos.
Como muitos portugueses, nasci e vivi nas ex-colónias. Nos tempos conturbados do pós-25 de Abril fomos para o Brasil, regressando a Portugal na década de 80. Acho que cresci sabendo que parte da minha infância estava truncada: amigos perdidos, terras distantes, 3 países, 2 continentes. Lembro-me de algumas coisas dessa altura mas é como se só a partir dos 10 anos o passado tivesse existência real. Um passado que não pode ser revisitado faz com que a memória possa ser apenas imaginação.
Respondo ao email: sou eu! Mando-lhe uma das poucas fotos que tenho dessa época: a formatura da pré-primária.
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