No meio de fotos inteiras, tenho umas quantas rasgadas. São pedaços do passado, que num passado mais recente, quis despedaçar. Representam fases que por um motivo qualquer me envergonhei e quis negar. Foi, é certo, uma negação simbólica (para que rasgar?) e pouco veemente (porquê guardar?).
Tê-las rasgado e guardado traz um valor acrescentado, cria uma sobreposição de recordações: o momento da foto e o da sua recusa. Tirá-las da caixa, juntar os pedaços e escrever sobre eles, retêm para o futuro um novo momento, uma terceira camada de recordação que se deposita sobre as anteriores.
1 comentário:
E de ti? O que é feito?
Cila
Enviar um comentário