quinta-feira, 23 de novembro de 2006

O meu melhor amigo

Era o meu melhor amigo e agora já não sei o que é feito dele. Com aquela idade, ser o melhor amigo era como uma promessa: “é meu amigo para sempre”. Partilhámos as primeiras cervejas, as primeiras noitadas, viagens e depressões. Tínhamos muito em comum e hoje a única coisa que temos em comum é o passado. Sou a favor da eutanásia das amizades. Quando é chegado o momento deve-se deixá-la ir, sem sobressaltos, sem remorsos, ao invés de prolongá-la artificialmente. Apesar disso tenho saudades desse amigo que durante alguns anos foi o meu amigo para sempre.
(Soube há pouco que ele está na Austrália, que é física e metaforicamente do outro lado do mundo.)

1 comentário:

Eva Morais disse...

Eutanásia das amizades. Mas que grande conceito. Vou metê-lo na cabeça. E no meu blogue.