Jantar de turma, 18 anos depois. Perguntas soltas e céleres.
- Então pá! Há quanto tempo! Estás na mesma! O que é feito de ti?
Retenho hoje, na ressaca, esta última frase: o que é feito de ti. Respostas também céleres.
- Faço isto ou aquilo, moro não sei onde, casei, tive n filhos, e tu?
E com isso já está, 18 anos resumidos nuns minutos. Passamos a outro colega e repetimos. Apetecia-me antes responder:
- Tanta coisa. Tens tempo? Anda até lá a casa, fazemos um serão à conversa, ao pé da lareira, e pomos tudo em dia. Quando o sol nascer vamos até à varanda, assistir o espectáculo maravilhoso dum novo dia e ficamos calados a digerir a vertigem desses 18 anos bem contados, com muitos fios puxados à meada da memória, uns comuns, do tempo da secundária, outros soltos, já depois.
Claro que a lareira e a varanda não precisavam de lá estar, servem só para dar o tom quente do calor humano, mas o tempo, esse é que falta. E também haveria outras respostas possíveis, talvez menos objectivas, talvez mais sinceras.
- O que é feito de mim? Sei lá. Entre aquilo que queria ser e aquilo que fui sendo e sou agora não há nada em comum. Entre as utopias descontraídas da secundária e a correria do quotidiano perdi qualquer coisa. Não sei quê nem onde. Parece que sou o mesmo mas já não há o mesmo brilho nos olhos. Não há nada que valha de facto a pena contar.
Mas a pergunta persiste perturbadora: o que é feito de ti. Mas que disparate é este? Que pergunta mais fútil! Vamos ao essencial:
- És feliz?
Assim de chofre quase parece uma acusação. Mas podia ser mais cruel:
- Estás mais ou menos no meio da tua vida. Olha para trás, olha para onde estás agora e diz-me: era isto que querias?
Penso outra vez naquelas seis palavras: o que é feito de ti. Porque é que elas me perseguem? Porque é que elas me perturbam? Não é pela resposta fácil que se dá. É pelas perguntas difíceis que tenho que fazer a mim próprio para saber responder.
- Então pá! Há quanto tempo! Estás na mesma! O que é feito de ti?
Retenho hoje, na ressaca, esta última frase: o que é feito de ti. Respostas também céleres.
- Faço isto ou aquilo, moro não sei onde, casei, tive n filhos, e tu?
E com isso já está, 18 anos resumidos nuns minutos. Passamos a outro colega e repetimos. Apetecia-me antes responder:
- Tanta coisa. Tens tempo? Anda até lá a casa, fazemos um serão à conversa, ao pé da lareira, e pomos tudo em dia. Quando o sol nascer vamos até à varanda, assistir o espectáculo maravilhoso dum novo dia e ficamos calados a digerir a vertigem desses 18 anos bem contados, com muitos fios puxados à meada da memória, uns comuns, do tempo da secundária, outros soltos, já depois.
Claro que a lareira e a varanda não precisavam de lá estar, servem só para dar o tom quente do calor humano, mas o tempo, esse é que falta. E também haveria outras respostas possíveis, talvez menos objectivas, talvez mais sinceras.
- O que é feito de mim? Sei lá. Entre aquilo que queria ser e aquilo que fui sendo e sou agora não há nada em comum. Entre as utopias descontraídas da secundária e a correria do quotidiano perdi qualquer coisa. Não sei quê nem onde. Parece que sou o mesmo mas já não há o mesmo brilho nos olhos. Não há nada que valha de facto a pena contar.
Mas a pergunta persiste perturbadora: o que é feito de ti. Mas que disparate é este? Que pergunta mais fútil! Vamos ao essencial:
- És feliz?
Assim de chofre quase parece uma acusação. Mas podia ser mais cruel:
- Estás mais ou menos no meio da tua vida. Olha para trás, olha para onde estás agora e diz-me: era isto que querias?
Penso outra vez naquelas seis palavras: o que é feito de ti. Porque é que elas me perseguem? Porque é que elas me perturbam? Não é pela resposta fácil que se dá. É pelas perguntas difíceis que tenho que fazer a mim próprio para saber responder.
1 comentário:
sinceramente acho que começaste bem, mas só começaste, és capaz de responder às tuas perguntas
Enviar um comentário