TEPR/TD. Podia ser o nome de um partido revolucionário pós 25 de Abril, que nessa altura ainda abundavam, mas não. Eram as abreviaturas das disciplinas de "Técnicas de Expressão e Práticas Reprodutórias" e de "Teoria do Design"; as disciplinas que nos davam um "status" especial e que faziam da nossa turma a "turma de artes".
Não era um partido, mas para nós tinha um "cheirinho" de revolucionário. Tínhamos mais liberdade do que em qualquer outra disciplina; podíamos nos levantar, passear pela sala e conversar com os colegas. Os professores tinham um trato informal e até se juntavam a nós nos frequentes jantares de turma. As salas eram grandes e tinham um ar desarrumado, que quebrava a ideia de massificação do ensino. No papel fazíamos o que quiséssemos; dávamos asas à imaginação e ao sonho de sermos artistas.
1 comentário:
Acho q era "... e Práticas de Representação", mas isso pouco interessa. Afinal de contas, todos votámos nesse partido. Acho q somos militantes, mesmo, agora q penso nisso... :)
Nunca mais me esqueço de q, naquelas primeiras aulas, em Outubro de 1986, o Prof. Henrique pediu-nos para desenhar um modelo: era uma máquina estragada de pastilhas, ou coisa q o valha - uma caixa de ferro vermelha com um pé amarelo, assente num bloco de cimento, se bem me lembro. E devia ter tido duas bolas transparentes de vidro, por cima da caixa vermelha, dentro das quais estariam as tais pastilhas. Pois eu peguei numa folha A3 de papel cavalinho (lembram-se?), e desenhei-a num espacinho com uns sete ou oito centímetros de altura e de largura! A folha parecia vazia... O Prof. chegou, viu o desenho, e disse: Eh, rapaz, tu tens medo do papel!" A partir daí, comecei a crescer. :)
Espero q nos continuemos a conhecer uns aos outros (foi fácil reconhecemo-nos...). Afinal de contas, somos realmente outras pessoas, novas pessoas, parecidas com aquelas de q nos lembramos. Devemos ter muito para contar uns aos outros... Abraço, Paulo!
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